Thursday, April 14, 2011

Preferências (e preconceitos) Sociais


Esta criança, no momento em que a foto foi tirada, tinha entre 5 e 7 anos. Foi vestida pelos pais e colocada no banquinho para tirar a foto. E é um menino, chamado de Franklin Delano Roosevelt.

Na época, vestidos eram roupas sem gênero específico, e crianças de ambos os sexos a usavam até a idade de Roosevelt na foto, quando normalmente eles ganhavam seus primeiros cortes de cabelo. Rosa era para meninos, pois era vista como uma cor mais "forte e decidida", e azul para meninas, por ser uma cor mais delicada. Quais são as nossas percepções sobre estas cores hoje?

Este é apenas um exemplo de como as preferências são socialmente influenciáveis, e o quanto nossas "funções de utilidade" na verdade podem mudar de tempos em tempos de acordo com o que os outros preferem e com o que acreditamos ser melhor para nós mesmos. Esta última frase parece óbvia, mas nunca é demais reforçar que nossa função de utilidade é moldada e reinventada por uma quantidade imensa de influências externas (o que a sociedade pensa de você) e internas ( o que você acha que é melhor para você).

Um erro de percepção ou uma convergência de preferências da sociedade para um padrão qualquer (meninos vestem azul, meninas vestem rosa), sem qualquer motivo aparente ou razão implícita, gera uma sequência de eventos que acaba moldando as preferências de todos. Para não serem reprimidos pelos seus iguais, todos acabam aderindo a estas normas.

Será que este é o equilíbrio ótimo para a sociedade? Deixar com que todos sejam mais livres para vestirem seus filhos como quiserem não seria melhor, pelo simples fato de ser a decisão ótima com uma restrição (social) a menos, ao invés do ótimo restrito por mais esta barreira imposta por uma convenção? Aliás, porque essa convenção de cores para meninos e meninas surgiu?

Supostamente, a sociedade estava livre para seguir seu caminho sem esta imposição de que determinadas cores devem ser usadas apenas por bebês de um determinado sexo. Então esta convenção só deveria surgir se melhorasse o bem-estar da sociedade como um todo, independente de como o faça. Será que ela surgiu para melhorar a sociedade ou apesar de piorá-la?

Uma explicação que não entra em conflito com a idéia de que liberdade gera maior bem-estar é de que esta convenção surgiu pela necessidade (ou desejo) dos pais de que o sexo de seus filhos fosse identificado ainda quando bebês. Isto gerou a classificação do sexo dos bebês por cores, que no início do século XX era trocada em relação a como é vista hoje (azul para meninas, rosa para meninos) mas ainda servia a seu propósito de identificar os gêneros.

Certo, então existe uma explicação para a convenção criada pela sociedade. Mas e a troca de preferências? O que fez o rosa ser visto como masculino no início do século XX e agora não o faz mais?

A idéia pode ter surgido de alguns indivíduos e ter se espalhado como uma meme, falsificando (ou apenas "mudando", para não ser tão tendencioso) preferências pelo caminho. Mas este assunto fica para outro post.

2 comments:

Barão said...

Não acredito que é o Roosevelt na foto! Incrível....

Passarei a visitar este blog. Mantenha a frequencia de posts!

Anonymous said...

ja esqueceu da frequencia hahaha boa, Roosevelt!

Anonimo